sábado, 2 de janeiro de 2010

Sobre o que os nerds ou qualquer outro tipo de pessoas podem fazer pela humanidade


“Maxwell era um nerd”, disse um professor meu após nos entregar um texto de Carl Sagan. Eu parei, tive que pensar sobre isso. Como pode? Nossos gênios são heróis não nerds! Pelo menos era o que parecia, pelo menos era o que faziam parecer. Mas e se ele era mesmo? Que preconceito é este que nos faz desdenhar das pessoas sem perceber o que de bom elas podem oferecer?

Só pra constar, Maxwell era sim um típico nerd, do tipo que detestava ir à escola pelos maus momentos que passava lá. Bem, isso não foi prejudicial para ele, pois faz parte do grupo dos cientistas que mais produziram e sua produção foi particularmente relevante. O comportamento das ondas eletromagnéticas (tão necessárias!) é descrito em suas belas e famosas equações. No final, o que parecia ser pesquisa básica tola se tornou a revolução na forma como os seres humanos se comunicam.

Embora não tenha sido o “cientista descolado”, este é um homem que admiro porque ele foi, a seu modo, um homem completo. Olhando uns livros aqui, me deparei com um antigo Tipler onde havia um trecho sobre nosso ilustre James Clerck Maxwell:

“Maxwell era uma pessoa excepcionalmente sensível, com um sentimento religioso muito forte e um senso de humor fascinante e surpreedente. Muitas de suas cartas revelam uma ironia muito tímida, deliciosa”.

Quem diria que esse brilhante homem era também encantador? E romântico também, como sugere este trecho de um poema dedicado à sua esposa:

“Todos os poderes da mente, toda a força da vontade

Podem estar reduzidos a pó quando estivermos mortos,

Mas o amor nos pertence, e continuará a nos pertencer

Quando terra e mares tiverem desaparecido”.

O que quero dizer após estas rápidas considerações sobre Maxwell extraídas de queridos livros meus é que há muito mais por dentro das pessoas do que imaginamos. O cientista brilhante, o escritor genial ou o dançarino gracioso, todos eles possuem desejos além de suas áreas de atuação “oficiais”. Da mesma forma, o faxineiro, o gari e o cozinheiro possuem seus talentos artísticos e intelectuais que foram suprimidos pela sociedade. Acima de tudo, somos humanos e dotados de uma maravilhosa inteligência. Se aprendermos a respeitar os limites de cada um, a forma como cada um aprende e produz o que gosta, teremos então, o melhor de cada pessoa transcendendo sua posição na cadeia social.


2 comentários:

  1. Olá Everton!

    Gratificante conhecer seu blog. Parabéns! Já estou seguindo.

    Aproveito para lhe convidar a conhecer o meu blog, e se desejar também segui-lo, será uma honra.

    Seus comentários também serão sempre bem-vindos.

    www.hermesfernandes.blogspot.com

    Te espero lá!

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Agora quero que você me diga sua opinião sobre este texto. Assim que eu ler ele será publicado neste blog, e, se eu achar necessário, estarei respondendo.